o meu 1º telefone

Quando eu era criança, meus pais compraram um dos primeiros telefones da vizinhança.Lembro-me bem daquele velho aparelho preto, em forma de caixa, bem polido,pousado num móvel rústico. O receptor brilhante pendia ao lado da caixa.Eu ainda era muito pequena para alcançar o telefone, mas costumava ouvir e ver a minha mãe enquanto ela o usava, e ficava fascinada com a cena! A minha primeira experiência aconteceu num dia em que minha mãe saiu foi ao supermercado ou a casa de algum vizinho, não me recordo com exactidão, peguei rapidamente numa cadeira da sala de visitas e usei-a para alcançar o telefone. Desenganchei o receptor, segurei-o próximo ao ouvido como via a minha mãe fazer e punha-me a marcar números, alguns atendiam outros não e quando atendiam começava-me a rir e desligava.Recordo isso com uma saudade e um carinho muito grande. Daí esta fascinação por telefones antigos acho uma peça linda , linda, linda .

Lili e o telefone

Mal tocava o telefone,
Lili corria pra atender.
Só sabia falar: – Alô! Alô!
Qual é o seu nome?
E ficava naquele alô alô danado,
sem chamar quem foi chamado.
Um dia, foi atender,
como sempre apressadinha,
e saiu daquele alô, alô:

Aqui é Lili. Aí, quem fala?
A fala falou grosso,
do outro lado da linha:
-Quem fala é o fantasminha!
Hahahahá, é o fantasminha!
Agora , se o telefone toca,
Lili nem se toca
ou fica meio encolhidinha.
Tem vontade de atender, mas...
e se for o fantasminha?!


José Elias