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quarta-feira, 30 de maio de 2007

Quase e o Nada ...


Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.Pergunto-me, por vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.Prós erros há perdão; prós fracassos, chance; prós amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar, vamos desconfiar do destino e acreditar em nós. Gastar mais horas realizando que sonhando, fazendo o que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

6 comentários:

rb disse...

Bem bonito, Beautiful! Li com prazer.
Identifico-me com esse lema que tu tão bem traduziste em belas imagens retratadas por palavras.

ofthewood disse...

É preciso é convicção e assumpção dos actos, por mais insignificantes que sejam...
quanto ao resto, há coisas que ficam tão bem se inacabadas ... aquele gostinho bom, que fica ali e não se acaba nunca.

Rui Guerra disse...

as inquietações preocupam-me.
trazem muitas vezes um sentido de dúvida, assustador.
esta transmissão de afectos gera insegurança no leitor...

beautiful disse...

Caro compadre é evidente que todo este texto, pensamento, filosofia de vida como lhe queiras chamar nos toca a todos em alguma situação ou aspecto. Agora, ela tem que ser filtrada no contexto de cada um. A minha vida em alguns aspectos também é morna para noutros ser quente, numas cinzenta para noutros ser colorida…não á bela sem senão, isto tudo ou nada aplica-se só em alguns aspectos noutros é utópico, é descabido é imaturo, é impensável. O q eu quis transmitir com isto é que muitas vezes o quase e o nada é culpa nossa, dou-te um exemplo; quantas vezes te apeteceu mandar um berro no meio do nada?! Fizeste-o? Não!? Porque? parece-te estúpido… parece mas não é, se isso te fizer sentir bem. Á coisas que quase se faz e nada se fez, por covardia , por medo, por preguiça etc. é aí que eu quero chegar. beijo

beautiful disse...

Rui Guerra


“Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar, vamos desconfiar do destino e acreditar em nós. Gastar mais horas realizando do que sonhando” Guerra isto parece-te desolador? A mim parece-me muito motivador e consciencioso...! Julgo que a resposta que dei ao Armando te pode esclarecer sobre o que quis dizer e transmitir.

Rui Guerra disse...

sim, sim...
eu próprio transmiti o que sentia e fiquei esclarecido com as tuas palavras ao comentário do Armando no Sonata per Due.
fiquei mais elucidado, sim senhora. embora gostasse de concretizar o que sonhei, o realismo não me deixou, o que é uma pena. sinto-o certamente.